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COMO GERENCIAR UMA CRISE NO AMBIENTE DE TRABALHO



Empreendedores devem saber que todo mundo erra. A diferença é o que cada um faz diante de um erro

Está nos ensinamentos mais antigos que é errando que se aprende. Todo mundo comete um erro ou outro diariamente e, mesmo assim, a nuca da maioria das pessoas, empreendedores ou não, arrepia de aflição quando pensa em situações específicas que um movimento mal pensado, um número mal avaliado, seria o fim do mundo.

Num mercado competitivo, em meio a crises e com o emprego cada vez mais valorizado, errar pode ganhar uma conotação perigosa e significar prejuízos em projetos, negociações perdidas, demissões, perdas financeiras, entre outros efeitos colaterais quase nunca considerados agradáveis. Pense em sua empresa, esteja ela sólida ou no início, em uma grande sede ou em um espaço de coworking, e perceba quantas vezes esteve muito perto desse momento em que um deslize poderia por tudo a perder.

Justamente por causa da ansiedade e da tendência que temos de avaliar os cenários da pior maneira, parece que mesmo com a maturidade e a experiência, é difícil aprender a lidar com o erro quando ele acontece – porque ele acontece, mais cedo ou mais tarde. Mas alguns conselhos podem ajudar a superar os deslizes com mais sabedoria e ainda contribuir para o crescimento de cada um dos envolvidos.

Palavra de ordem: não entre em pânico.

No famoso romance “O Guia do Mochileiro das Galáxias” (Adam Douglas, 1979), essas eram as palavras escritas na capa do Guia, que dava aos habitantes dos mundos mais longínquos do universo o principal conselho para lidar com as situações improváveis em que poderiam se encontrar enquanto mochilavam pela galáxia. Não à toa: respirar, dar um tempo para a adrenalina ir embora e olhar para a situação com clareza faz com que as ameaças pareçam menores e as soluções, mais palpáveis.

Mesmo se o seu sentimento for de muito constrangimento, acalme-se e pergunte-se: é possível continuar em breve ou é melhor fazer uma pausa um pouco mais longa. Se precisar de espaço, vá ao banheiro ou saia ao ar livre.

Avalie a situação

Uma vez mais calmo, comece a avaliar racionalmente sobre a sua situação. O seu erro é realmente tão grave assim, é totalmente irreversível ou fechou para sempre uma porta para você ou sua equipe? Nessas horas, pode ser interessante conversar com um mentor ou alguém de sua confiança, expor a situação da forma mais neutra possível, e ouvir o que a pessoa tem a dizer. Num segundo momento, a maioria das coisas não é tão ruim quanto se pensava ser.

Reconheça seu papel

Poucas ações são capazes de minimizar um mal-entendido do que um sincero pedido de desculpas. Muitos erros na verdade são falhas de comunicação que podem ser resolvidos com um toque de pessoalidade, humildade e tolerância. Fale com a pessoa envolvida, tenha boa educação e assuma a responsabilidade. Essas são atitudes nobres que fazem a diferença entre um não definitivo e uma segunda chance.

Aprenda com seus atos

A psicologia ensina que aprendemos por recompensas ou punições – e que, ao sermos punidos, a lição vem mais rapidamente. Um erro, portanto, é uma ótima oportunidade de olhar para si mesmo e corrigir falhas, considerando o que poderia ser melhorado e quais são as áreas que merecem mais atenção.

Palavra de empreendedor:

“Quando percebo que eu ou alguém de minha equipe errou, primeiramente, procuro identificar a causa do erro e dimensionar suas consequências para a minha própria empresa e para terceiros. Ato contínuo, é necessário mapear soluções que minimizem ou estanquem os efeitos negativos no menor tempo possível. Por último, procuro tomar uma decisão frente a três cenários: 1- Manter o projeto com ajustes e correções da rota; 2- Recomeçar do zero;

3- Abortar o plano. Caso a opção seja pelas alternativas 1 ou 2, faço um mapeamento do que é preciso para obter êxito: solução técnica/objetiva (recursos, equipamentos, fluxo…) ou complexa/subjetiva (elevar concentração, foco, motivação)”.

Ronaldo Cassundé, sócio-proprietário da Agência Gôndola Digital e do Instituto Empreender Pólis de Mentoria Holo-Sistêmica (Ambas em Vitória/ES).

“Uma coisa que é importante, mas que é difícil de fazer na prática é ser honesto consigo mesmo e identificar os verdadeiros causadores do erro. Vejo muitas pessoas varrendo os erros para baixo do tapete ou atribuindo a terceiros (economia, governo, azar, outras pessoas e empresas). O erro continua lá, prejudicando a empresa e até piorando com o tempo. Uma técnica muito interessante é aplicar com 5 porquês, criado originalmente pela Toyota, que consiste em, após definido o problema, questionar o porquê por cinco vezes, até que se encontre sua verdadeira causa”.

Eduardo Matsuoka, cofundador da Bike123.

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